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Apresentações culturais marcam comemoração do Dia da Consciência Negra em Andradas

Publicado em 21/11/2017 às 01:16

Um evento cultural comemorou o Dia da Consciência Negra, na segunda-feira (20), no Pavilhão do Vinho. O evento começou com a apresentação do monólogo Vida de Negro, com texto de Nilza Alves de Pontes Marques, interpretado pelo aluno Marcos Alexandre, sob a direção da professora Andreia Ribeiro.

O Grupo Capoeira Luanda também se apresentou trazendo um pouco da manifestação que é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade e Patrimônio Cultural protegido da cidade de Andradas. A capoeira é uma manifestação artística que mistura luta, arte e dança e é uma das maiores expressões da cultura afro-brasileira. Acima de tudo é uma forma de manifestação cultural nascida da luta dos escravos negros pela liberdade e pela preservação de sua cultura em um universo de dominação constante.

O evento também contou com a apresentação dos alunos da Escola Estadual Dr. Alcides Mosconi, que trouxeram a música Pérola Negra interpretada por Daniela Mercury. A Companhia de Reis Estrela Guia trouxe um pouco do festejo que é considerado Patrimônio Cultural da cidade. E para finalizar o Swing do Forró animou os presentes com muita dança e gingado.

O Dia da Consciência Negra

O dia 20 de novembro é uma data que representa um marco em defesa da liberdade, do respeito entre as raças e da justiça social. Nesse dia, em 1695, o líder negro Zumbi foi assassinado no quilombo dos Palmares, localizado na divisa entre Pernambuco e Alagoas. Refúgio de muitos negros que fugiam das torturas da escravidão, os quilombos eram locais de abrigo e resistência para aquelas pessoas.

Andradas é uma das 12 cidades mineiras que instituíram por lei municipal o feriado. O curioso é que na história brasileira, Minas Gerais foi o território em que se recebeu a mão de obra escrava para o trabalho nas minerações de ouro e pedras preciosas, no café, nos gêneros de primeira necessidade, nas cidades, etc. Entretanto, o Estado ainda possui poucas cidades em que tal data fora instituída como feriado. Muitas pessoas questionam a funcionalidade da data, porém ela é cada vez mais reforçada pelos decorrentes e abomináveis casos de racismos que acompanhamos no dia a dia. Para se respeitar, é necessário conhecer a trajetória da escravidão e da pós-escravidão em nosso pais.

Pode parecer até algo diferente de nossa realidade, mas em Andradas a escravidão aconteceu de fato. O Censo de 1872, o primeiro a ser feito na história do Brasil, registra uma população de 410 escravos para a localidade de São Sebastião do Jaguary, hoje Andradas. Os registros de batismo dos escravos que aqui residiam também podem ser feitos analisados também no arquivo da Igreja Católica, instituição em que eram feitos todos os registros civis antes de 1891.

O Dia da Consciência Negra foi instituído em Andradas no dia 02 de dezembro de 2014, mas as comemorações sempre ocorreram no dia 20 de novembro. Uma maneira de homenagear aqueles que ajudaram a construir e ainda ajudam a fazer uma Andradas melhor.

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