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Após emenda, Rodrigo Lopes desabafa: “Gente, vai fechar o hospital”

Prefeito de Andradas diz que deputados abriram caminho para que Governo dê calote em municípios e em hospitais

Publicado em 21/12/2017 às 00:45

“Andradas vai ser muito prejudicada porque são dois milhões que o Estado deve para a saúde e é um milhão que o Estado deve para a Santa Casa. Gente, vai fechar o hospital, vai fechar o hospital por irresponsabilidade do Governo do Estado, do senhor Fernando Pimentel”. Com estas palavras fortes o prefeito de Andradas Rodrigo Aparecido Lopes se manifestou na manhã desta quinta-feira (21) durante o Programa “Show da Cidade”, que vai ao ar pela Rádio Vinícola.

O motivo deste prognóstico tão desesperador está na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que aprovou na quarta-feira (20) o orçamento de 2018 para ser usado pelo Governo do Estado. Mas o fato do orçamento ter sido aprovado com um déficit de oito bilhões de reais não foi destaque.

A grande polêmica girou em torna de uma emenda que condiciona pagamentos destinados a saúde ao acerto de contas de uma lei chamada “Kandir” junto ao Governo Federal. Com isso, os prefeitos mineiros entenderam que Minas Gerais, por meio de seus deputados, institucionalizou o calote, já que não há uma garantia de que esses recursos serão efetivamente pagos pela União.

O chefe do Poder Executivo andradense ainda destacou que atualmente o Governo deve aos municípios, somente na área de saúde, três bilhões de reais e também outros três bilhões para as santas casas e hospitais, e que a aprovação da emenda significa “uma covardia e uma traição” dos deputados que “deveriam defender o povo” de Minas Gerais. “O deputado Durval Ângelo e o deputado Cabo Júlio foram lá e votaram a favor do Governador e contra o povo, e contra a saúde de Minas Gerais. Isso é imoral”, bradou indignado Rodrigo, que ainda ameaçou fazer um outdoor com as figuras de todos os políticos ligados aos Sul de Minas que votaram de acordo com o Governo.

Em entrevista ao Jornal “O Tempo” Durval Ângelo negou que a medida vai afetar as contas das prefeituras. “A emenda que nos colocamos em nenhum momento está dizendo que as dívidas com as prefeituras serão pagas com o acerto de contas. Se alguém encontrar a expressão ‘dívidas com os municípios’ na emenda, eu entrego o meu cargo de líder de governo. A emenda é uma medida legal para justificar junto aos órgãos de controle a questão dos restos a pagar”.

Sobrou até mesmo para o aliado deputado Leonídio Bouças, que nos últimos meses se aproximou bastante de Andradas e chegou inclusive a indicar emendas para o município. “Eu tive notícias que ele não compareceu na votação ontem e eu estou aguardando a explicação dele. Porque se ele não tiver uma justificativa plausível eu estou rompendo o meu apoio a ele, porque eu não vou ficar com gente covarde que não tem coragem de assumir a defesa dos municípios”, afirmou Rodrigo.

Já a conduta do deputado ourofinense Dalmo Ribeiro, o maior representante de Andradas em Belo Horizonte, foi elogiada. “Apenas dez deputados de Minas Gerais defenderam o interesse do povo e dos municípios, dentre eles está o nosso deputado Dalmo Ribeiro, o qual eu quero deixar aqui o reconhecimento. Ele teve coragem de votar a favor dos municípios e contra esta palhaçada que fizeram com os municípios e com a saúde de Minas Gerais”.

A emenda foi aprovada com facilidade, com 42 votos favoráveis. Agora, Rodrigo Lopes, que é diretor da Associação Mineira de Municípios (AMM), diz que o caminho da Justiça é o que resta. “Vamos entrar na Justiça contra esta votação”.

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