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BRUMADINHO: tragédia que chocou o mundo completa 1 ano

Rompimento de barragem de rejeitos de minério deixou 270 vítimas fatais

Publicado em 24/01/2020 às 21:00
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Após um ano, 11 pessoas ainda estão desaparecidas (Foto: CBMG)

12h28min25s! Essa foi a hora exata de uma das maiores tragédias da história do Brasil. Em Brumadinho, a barragem da Mina do Córrego do Feijão, da empresa Vale, se rompeu, espalhando cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, devastando ao menos 270 hectares de vegetação e fazendo 270 vítimas fatais.

Desde o fatídico dia, Brumadinho, cidade mineira de aproximadamente 36.000 habitantes chamou a atenção do mundo. Bombeiros e equipes de resgate foram enviadas de várias localidades e os trabalhos seguem até hoje no local do desastre.

Nesse 25 de janeiro de 2020, um ano depois, o Portal da Cidade relembra detalhes da tragédia.

COMO OCORREU: Era 12h28min25s de 25 de janeiro de 2019. De acordo com investigação técnica a causa do rompimento da barragem foi a combinação crítica de deformações específicas internas contínuas, devido ao creep (carga constante que provoca deformação) e à pequena redução de força em uma zona insaturada pela perda de sucção por causa da água de fortes chuvas acumulada no local – aí incluídas as intensas chuvas do final de 2018. A barragem que se rompeu em Brumadinho estava, segundo a Vale, inativa desde 2015, último ano em que recebeu rejeitos provenientes da produção da Mina Córrego do Feijão.


DESTRUIÇÃO: A barragem armazenava cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, dos quais grande parte vazou, alcançando o Ribeirão Ferro-Carvão e o Rio Paraopeba. A lama atingiu também comunidades próximas e desde então 259 corpos já foram encontrados e outros 11 ainda estão desaparecidos. Levantamentos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apontam que foram devastados ao menos 270 hectares, dos quais cerca de 204 hectares são compostos de vegetação nativa de Mata Atlântica e áreas de proteção permanente ao longo de cursos d'água. A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a lama poluiu, pelo menos, 300 quilômetros de rios.

DENÚNCIAS: O Ministério Publico de Minas Gerais 16 pessoas por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Entre eles estão o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e mais dez funcionários da minerador, além de cinco funcionários da empresa TÜV SÜD, que auxiliaram a Vale na emissão de declarações falsas de estabilidade da barragem do Córrego do Feijão.

PAGAMENTO: Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a mineradora Vale pagou R$ 13,8 milhões de indenização ao governo federal pelos gastos com as operações de nove órgãos que atuaram após o rompimento da barragem. Por parte do governo de Minas, as multas à Vale somam um total de R$ 104,9 milhões por infrações variadas como poluição de recursos hídricos, degradação de ecossistemas, entrega de laudo ou relatório ambiental falso, não atendimento de determinação dos órgãos ambientais, entre outras. Desse valor, R$ 99,3 milhões já foram pagos.

SITUAÇÃO DA VALE: Nesse início de 2020, a Vale recuperou seu valor de mercado pré-Brumadinho. Um dia antes do rompimento da barragem, a ação valia R$ 56,15; no dia seguinte, a mineradora perdeu um quarto do seu valor. Nesse mês de janeiro, porém, a ação superou R$ 56 novamente.

COMO ESTÁ BRUMADINHO HOJE: Bombeiros seguem atuando na área atingida para tentar localizar os 11 desaparecidos. Familiares também têm ajudado nessa busca. Moradores ainda lutam para refazer suas vidas e reconstruir o que perderam. Ao todo, 20,5 mil hectares de lavoura do município -17 mil de produtores individuais - foram destruídas, e grande parte dela não voltará a ser utilizada.

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