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POLÊMICA

Prefeitos e políticos mineiros são contra envio de lixo nuclear para Caldas

Prefeita de Andradas, Margot Pioli, esteve entre os representantes da região em reunião na ALMG

Publicado em 22/09/2021 às 15:00
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Prefeitos criticaram a INB pela má gestão dos resíduos tóxicos (Foto: ALMG)

Não à transferência de 1.179 toneladas de rejeito radioativo para a unidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Caldas. Este foi o apelo quase unânime na reunião que a Comissão de Administração Pública realizou para tratar dos impactos dessa ação, que atingiria toda a região. Assunto foi abordado durante audiência realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Prefeita de Andradas, Margot Pioli, esteve entre os representantes da região em reunião na ALMG. Prefeitos de Caldas, Santa Rita de Caldas, Ibitiúra de Minas e Ipuiúna também condenaram a vinda de rejeito nuclear o Sul de Minas.

Ailton Goulart, prefeito de Caldas, afirmou que essa luta contra o lixo atômico deixou de ser local e passou a ser estadual. “Não somos obrigados a receber lixo de outro estado”, declarou. Ressaltou ainda que Caldas é uma cidade turística e que a vinda do material radioativo colocaria uma ‘pá de cal’ no projeto turístico do município”.

Margot Pioli disse apoiar Caldas em impasse com a INB

“O que tem acontecido com a INB realente afronta todas as nossas expectativas de trabalho e de desenvolvimento da nossa região. Então quero mais uma vez me solidarizar com o Ailton [Goulart, prefeito de Caldas], com a população de Caldas”, disse Margot Pioli. “A gente espera que dessa forma a gente possa caminhar no sentido de encontrar uma solução”, acrescentou a prefeita de Andradas.

Vários participantes do debate lamentaram a ausência de representante da INB na audiência pública. Eles criticaram a empresa por descumprir medidas acertadas com autoridades no sentido de melhorar o armazenamento de resíduos nucleares já existentes no local e de promover o descomissionamento da barragem em Caldas.

Segundo Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo, a preocupação maior é com a barragem de rejeitos da INB. Segundo informou, lá estão depositados mais de 3 milhões de toneladas de resíduos, incluindo a torta II, mesotório (produtos radioativos derivados do tório) e estéril retirado da mina. Além disso, nos galpões e nos silos da INB, estariam estocados, desde 1981, 5,5 milhões de toneladas de torta II e de mesotório em cerca de 20 mil bombonas e muitos reservatórios estariam em condições precárias ameaçando vazar, e outros, com mais de cinco metros, com perigo de tombarem.

Jefferson Araújo, coordenador de Reatores e Ciclo do Combustível da Cnen, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, participou da reunião e disse que não havia nenhum pedido de licenciamento envolvendo o transporte de material radioativo para a INB de Caldas. Sobre a fiscalização da barragem, ele destacou que a Cnen conta com inspetores residentes em Caldas, que fazem visitas semanais à estrutura, para verificar suas condições de segurança. “Temos apresentado várias exigências à INB para corrigir deficiências no armazenamento de rejeitos”, completou.

Leorges de Araújo, superintendente de assuntos parlamentares da Secretaria de Estado de Governo, defendeu que o Governo do Estado e a ALMG construam um posicionamento conjunto para discuti-lo com o governo federal.

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