Portal da Cidade Andradas

Apesar de ainda grande, dívida da Santa Casa diminuiu nos últimos quatro anos

Mesmo assim graves problemas continuam como atraso de salários de médicos e do 13º dos funcionários da entidade

Publicado em 07/03/2017 às 22:50

Que a Santa Casa de Misericórdia de Andradas tem uma dívida enorme todo mundo já sabe. Mas, de quanto seria? O valor exato é difícil precisar, mas de acordo com o Diretor Técnico da entidade Cláudio Vergueiro atualmente o número gira em torno dos três milhões e oitocentos mil reais. A maior parte da dívida é devida a fornecedores de produtos hospitalares ou aos comerciantes de Andradas como supermercados, padarias, açougues e papelarias, entre outros tipos de comércios. “Nas últimas duas provedorias, onde primeiro a Selma Staut foi provedora e depois o Elias Piana, o trabalho muito bem feito fez com que a dívida diminuísse em mais de dois milhões de reais. Antes passava dos seis milhões, agora é menos do que quatro”, diz aliviado Vergueiro, que desenvolve trabalho voluntário no Hospital.

Mas se é verdade que a situação melhorou é igualmente verdade que o momento ainda não é favorável. Os problemas continuam, e eles são grandes. Os salários dos médicos estão atrasados e o 13º dos funcionários de 2016 ainda não foi pago. Esta situação, preocupante, é assumida sem receios pela diretoria da entidade, que conhece os direitos dos trabalhadores e espera resolver o quanto antes as pendências. “O que mais desejamos é resolver esta situação incômoda. Consideremos os colaboradores da Santa Casa pessoas extremamente comprometidas com a causa. Eles compreendem nossa situação e nós compreendemos a situação deles, que querem receber e que tem mesmo que receber, eles tem direito, sabemos disso. Mas só poderemos pagar mantendo o trabalho que está sendo feito, temos que manter o trabalho de maneira precisa. Assim, é necessário continuar controlando a receita, e isso já está sendo feito”.

Neste sentido, Dr. Cláudio explica que existem verbas que deixaram de ser repassadas para a entidade há alguns meses, como repasses do Governo do Estado nos valores de cem mil reais mensais. “Estamos entrando no quarto mês de atraso destes repasses e receber este dinheiro agora é nossa prioridade”.

Para diminuir os problemas da Santa Casa algumas ações emergenciais foram tomadas recentemente e agora os resultados já começam a ser analisados. A primeira destas ações, e de maior impacto, foi tomada no Pronto Atendimento Municipal – PAM. Ali, há cerca de dois meses, os atendimentos se limitaram àqueles considerados realmente emergenciais. “No início houve certa confusão que agora está se dissipando. O Pronto Atendimento nunca deixou de atender uma pessoa que realmente precisava. Ocorre é que ficamos mais rigorosos na triagem. Era comum pessoas aparecerem para a realização de consultas, para pegarem exames médicos e outras práticas abusivas. Agora, só é atendido quem realmente precisa, afinal, é um local de atendimento emergencial”, explica Cláudio.

Só para se ter uma ideia da importância desta medida, antes a dívida do PAM estava em torno de vinte e oito mil reais mensais. Agora, este valor é de nove mil reais mensais, queda de aproximadamente 65%. “Porem este valor pode inclusive ‘zerar’ porque a Prefeitura de Albertina firmou convênio com a Santa Casa e com valor de repasse previsto de vinte mil reais mensais por parte da cidade vizinha”. Boas notícias, portanto.

Durante a entrevista ao Portal da Cidade Cláudio Vergueiro apresentou outros números. De acordo com ele, no último mês de janeiro foram atendidos 2.325 pacientes no PAM. Um ano antes, em janeiro de 2016, foram atendidos 5.830 pacientes. Em janeiro passado foram realizados 805 exames, um ano antes este número foi de 2.583. Com relação aos Raios-x, o número de exames passou de 1.079 em janeiro de 2016 para 747 neste ano. Todos estes números demonstram que o novo modelo, mais restritivo, está gerando resultados, mas existe preocupação também com aqueles pacientes que vão ao PAM e não passam na triagem. “Queremos realçar que não é porque uma pessoa passou pelo protocolo e não foi atendida que ela não deva voltar caso os sintomas continuem ou aumentem. Não! O Pronto Atendimento é a casa da população, está ali para atender quem precisa. Não tenham receio de retornar e passar por nova triagem. Sabemos que o quadro clínico pode mudar de um dia para o outro. Mas quem não está em situação emergencial  deve procuras as unidades de saúde que a Prefeitura disponibiliza no município”, afirma Cláudio.

Para o futuro alguns projetos poderão ser implantados, como a realização do parto de forma particular na Santa Casa. Neste caso, a família poderá optar por pagar os valores do procedimento mês a mês, durante a gestação, usando para isso até mesmo cartões de crédito. Haverá também a opção de adquirir um “book” com as fotos do bebê em seus primeiros momentos de vida, ainda no hospital.

Outra maneira de aumentar a receita é aumentar o número de associados. “Atualmente o associado paga 30 reais mensais. É pouco para quem paga, mas é muito para a gente. Se ao final este associado deixar de pagar ele apenas perde o direito de votar nas eleições, não existe nenhuma outra medida punitiva. Por isso pedimos a todos: associe-se a Santa Casa e ajude a construir um hospital ainda melhor. Afinal, mais dia ou menos dia, é certo que precisaremos da entidade”, conclui o Diretor Técnico Cláudio Vergueiro.

Fonte:

Deixe seu comentário