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Polêmica: “ideologia de gênero” é debatida em sessão na Câmara de Vereadores de Andradas

Vereadores se posicionaram contra a ideologia que muda o conceito tradicional de família. Representantes de igrejas evangélicas participaram.

Publicado em 30/03/2016 às 01:02

Na noite de ontem (30) foi realizada a quinta sessão ordinária de 2016 da Câmara de Vereadores de Andradas. Entre os muitos temas abordados, um se destacou: a “ideologia de gênero”, conceito que redefine em essência o ser humano e que revoluciona a forma atual como a família é compreendida.

Nos últimos anos o Governo Federal por meio de organismos como os ministérios da Cultura e da Educação vem tentando implantar o conceito de “ideologia de gênero” no país. No Congresso, não deu, nem no Senado: lá nenhuma das propostas e dos projetos neste sentido passaram. Então a tática adotada foi enviar o debate para as câmaras municipais brasileiras, possibilitando que os vereadores aprovassem leis neste sentido.

Nos últimos meses em inúmeras cidades os debates têm sido acalorados. O que se observa é que o conceito de família tradicional prevalece: homem-marido, mulher-esposa e filhos. Por isso durante a sessão de ontem o vereador Clóvis Carvalho apresentou indicação ao Prefeito Rodrigo Lopes solicitando, em nome de vários segmentos religiosos, que sejam totalmente excluídos do Plano Educacional das escolas andradenses quaisquer alusões a “ideologia de gênero”. Para justificar a medida, o vereador alegou que este tema é “muito polêmico e mal esclarecido” e que as crianças não estão preparadas “de forma alguma para receber e discutir o assunto dentro da escola”.

O temor é de que o Plano Decenal de Educação aprovado ano passado possa conter de forma camuflada aspectos relacionados à “ideologia de gênero”. “É uma questão muito complexa, muito difícil de ser discutida dentro de um plano educacional. Estamos preocupados com a maquiação do tema, ou seja, ainda que no Plano a própria expressão esteja ausente elementos referentes a esta ideologia estejam sendo transmitidos as crianças. Por isso pedimos que em Andradas a ‘ideologia de gênero’ seja totalmente excluída no que diz respeito a educação das crianças”, afirmou Clóvis Carvalho ao Portal da Cidade.

Evangélicos marcam presença

Participaram da sessão representantes de pelo menos seis igrejas evangélicas de Andradas. O objetivo foi se inteirar sobre a solicitação dirigida ao Poder Executivo e também reforçar o coro dos descontentes contra qualquer tipo de implantação em nível municipal da “ideologia de gênero”. “Precisa haver uma estruturação muito grande relacionado a quem vai repassar a ‘ideologia de gênero’, ou seja: quem vai, como vai e para quem vai. Como será a receptividade de crianças de várias faixas etárias que estão no seu desenvolvimento psicológico. Não estamos entrando na questão se é correto ou não correto, a questão é se as escolas estão preparadas para este tipo de assunto, se a mão-de-obra está preparada, porque isso vai além da questão da educação”, realçou a presbítera da Igreja Apostólica de Sinais e Milagres – IASMIL - Luciana Grande. “Eles querem trazer para nossas crianças o terceiro sexo, e nós como religiosos e pastores pregamos aquilo que a Bíblia ensina. Deus criou o homem e a mulher, macho e fêmea, terceiro sexo não existe. A nossa preocupação é que esta ideologia não caia na mente das crianças, que não ensinem a elas que o terceiro sexo existe. Nós cremos na família tradicional”, enfatizou o pastor da Assembleia de Deus Marcos Silva.

Ainda durante a sessão frisou-se que os responsáveis pelo Plano Decenal de Educação andradense afirmaram recentemente aos membros do Poder Legislativo que nenhum resquício da “ideologia de gênero” consta no material aprovado.

Durante a sessão outros vereadores ainda se manifestaram contrários a “ideologia de gênero” como Paulo Moreira, Guto Liparini e Gustavo Xavier. Agora uma nova reunião deverá acontecer para continuar debatendo o tema. Mas no que depender do atual Legislativo por aqui não existe a menor possibilidade do conceito de família tradicional ser desconstruído na mente das crianças. “Vamos fazer outra reunião, podem participar até quem é a favor da ideologia, é importante ouvir os dois lados da questão, mas que fique claro: um tema tão complexo como este não pode ser levado as crianças”, finalizou Clóvis Carvalho.

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