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REDUÇÃO

Safra de café em Minas Gerais deve ter redução de 38,1% neste ano

Geadas que atingiram o Sul de Minas têm forte influência nos números apresentados pelo estado

Publicado em 22/09/2021 às 14:00
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Preço da saca em 2021 é quase o dobro do de 2020 (Foto: Pixabay)

A safra de café em Minas Gerais deve sofrer redução de 38,1% neste ano, em comparação com 2020. O 3º Levantamento de Safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), projeta produção de 21,4 milhões de sacas no estado nesta temporada.

O levantamento da Conab foi feito entre agosto e setembro, com cerca de 95% da colheita já encerrada. Os piores resultados foram registrados na região Sul e na Zona da Mata, com quedas superiores a 40% na produção, em relação à safra anterior, recorde em volume.

De acordo com a Conab, a produção de café nacional, incluindo o arábica e o conilon, será de aproximadamente 46,9 milhões de sacas beneficiadas, redução de 25,7% em relação à safra de 2020. A produção de café arábica está estimada em 30,7 milhões de sacas, 36,9% a menos se comparada ao volume da safra anterior. O conilon, por sua vez, deve alcançar produção de 16,15 milhões de sacas, com aumento de 12,8% sobre a safra de 2020.

Bienalidade negativa

Já era esperado um resultado inferior ao da última safra, devido ao comportamento fisiológico dos cafezais, que produzem menos em anos alternados, o que é chamado de bienalidade negativa. Mas as condições climáticas adversas em regiões produtoras, com seca e forte calor em várias fases do ciclo produtivo das plantas, além das geadas de julho, tiveram forte impacto na produção de 2021.

Esses fenômenos explicam a grande diferença entre os resultados da safra em Minas Gerais e no resto do país. O café arábica, que domina as lavouras do estado, é mais sensível à bienalidade e às adversidades climáticas do que o conilon, mais plantado em outras regiões.

No caso das geadas, que atingiram fortemente a região Sul de Minas, a preocupação maior é com relação ao impacto na safra de 2022. Com boa parte dos cafezais queimada pelo frio, a fase após a colheita será de tratos culturais intensos para a recuperação das lavouras, que já vinham sofrendo, desde a primavera de 2020, com prolongado período de estiagem, que, aliás, se repete neste ano.

Preços em alta

O gerente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em Guaxupé, Willem de Araújo, explica que a situação financeira dos produtores é preocupante. Apesar da disparada nas cotações, eles tiveram que entregar o café nos preços negociados em 2020. Para se ter uma ideia, nesta semana, a saca de 60 quilos, no mercado físico, era negociada a R$ 1,1 mil, no Sul de Minas, mais do que o dobro do valor de um ano atrás.

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